Dólar cai e fecha em R$ 5,65, após China indicar negociação de tarifas com os EUA; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana recuou 0,41%, cotada a R$ 5,6538. Já a bolsa inverteu o sinal e encerrou em alta de 0,05%, aos 135.134 pontos e renovou o maior patamar desde setembro. Notas de dólar. Murad Sezer/ Reuters O dólar fechou em queda nesta s...
02/05/2025 | Economia


A moeda norte-americana recuou 0,41%, cotada a R$ 5,6538. Já a bolsa inverteu o sinal e encerrou em alta de 0,05%, aos 135.134 pontos e renovou o maior patamar desde setembro. Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters
O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (2), a R$ 5,65, após a China admitir disposição para negociar a guerra tarifária com os Estados Unidos, iniciada pelo presidente americano, Donald Trump.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, encerrou em leve alta e renovou o maior patamar desde setembro, puxado pelo bom desempenho das bolsas em Wall Street.
Em um alívio da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo, o governo chinês declarou que está avaliando uma proposta dos EUA para iniciar conversas sobre a guerra comercial.
Segundo a mídia estatal chinesa, os americanos procuraram o governo chinês na quinta-feira (1º) para negociar as tarifas de 145% impostas por Trump em abril, que foram devidamente retaliadas pelos asiáticos e geraram tarifas de 125% aos produtos americanos.
De acordo com uma nota do Ministério do Comércio da China, os EUA precisam "demonstrar sinceridade" se quiserem negociar. Para isso, os norte-americanos devem estar dispostos a "corrigir suas práticas equivocadas e cancelar as tarifas unilaterais".
A pasta também afirmou que "usar conversas como pretexto para coação e extorsão não funcionaria". O governo americano ainda não se manifestou.
Ainda nesta sexta, os investidores avaliaram bem os resultados do payroll, principal relatório de emprego nos EUA, que mede o número de empregos adicionados ou perdidos fora do setor agrícola.
Segundo o Departamento de Trabalho, foram criadas 177 mil vagas em abril, comparado com estimativas de um aumento de 130 mil, segundo economistas consultados pela Reuters. A taxa de desemprego ficou em 4,2%, em linha com a previsão de 4,2%.
O resultado mais forte do que o esperado acalmou preocupações sobre a saúde do mercado de trabalho. Um aumento no número de empregos geralmente indica uma economia em crescimento — e vice-versa.
O resultado é importante para as decisões do Federal Reserve (Fed) sobre taxas de juros, especialmente após números ruins divulgados na quarta-feira, com os primeiros efeitos do tarifaço de Trump. (saiba mais adiante)
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar caiu 0,41%, aos R$ 5,6538. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6260. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,58% na semana;
queda de 0,41% no mês; e
perda de 8,51% no ano.
Na quarta-feira, a moeda americana fechou em alta de 0,83%, aos R$ 5,6770.
a
📈Ibovespa
Já o Ibovespa inverteu o sinal e encerrou em alta de 0,05%, aos 135.134 pontos, renovando o maior patamar desde setembro de 2024.
Com o resultado, o índice acumulou:
Na quarta-feira, o índice fechou em queda de 0,02%, aos 135.067 pontos.
alta de 0,29% na semana;
avanço de 0,05% no mês; e
ganho de 12,35% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O mercado financeiro acordou mais otimista depois que a China demonstrou disposição para negociar. Desde que as tarifas foram anunciadas por Trump, Pequim vinha se mostrando inflexível, indicando que iria resistir e lutar, em vez de negociar.
O Ministério das Relações Exteriores comparou ceder às tarifas de Trump a "beber veneno". A China mobilizou a condenação pública e global das restrições às importações, sem mostrar interesse em uma trégua.
Na quarta-feira, o dólar interrompeu uma sequência de oito quedas e encerrou a sessão cotado a R$ 5,67, conforme os primeiros efeitos das tarifas começaram a aparecer na economia americana.
A maior surpresa foi o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, que registrou uma queda de 0,3% em taxa anualizada no primeiro trimestre, contrariando a alta de 0,3% prevista pelos analistas.
🔎 A taxa anualizada mostra como a economia cresceria em um ano se o ritmo atual fosse mantido. Essa medida é usada para facilitar a comparação com o crescimento de outros períodos.
O resultado foi prejudicado pela enxurrada de produtos importados no país, após as empresas aumentarem suas compras no exterior para evitar os custos mais altos das tarifas de Trump. Em comparação, a economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 2,4% no quarto trimestre.
Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, o déficit comercial de bens atingiu um recorde histórico em março, com empresários antecipando as importações.