Planet Hemp vai na onda do mercado ao anunciar o fim da banda em link com uma turnê de despedida pelo Brasil

A banda Planet Hemp percorre dez capitais do Brasil, entre outubro e novembro, com a turnê ‘A última ponta’ Willmore / Divulgação ♫ ANÁLISE ♬ Agora é moda sair de cena, mas, antes, fazer uma turnê de “despedida” para arrastar multidões Brasil a...

17/06/2025 | Entretenimento

 

A banda Planet Hemp percorre dez capitais do Brasil, entre outubro e novembro, com a turnê ‘A última ponta’
Willmore / Divulgação
♫ ANÁLISE
♬ Agora é moda sair de cena, mas, antes, fazer uma turnê de “despedida” para arrastar multidões Brasil afora. A banda Planet Hemp é mais um nome a seguir a cartilha da indústria de música pop. Em cena desde 1993, mas projetada em 1995 com a edição do primeiro álbum, Usuário, o grupo carioca anunciou o fim da banda com pompa e circunstância em entrevista coletiva realizada na manhã de hoje, 17 de junho.
Juntamente com o comunicado do fim, veio o anúncio de uma turnê, A última ponta, que passará por dez capitais do Brasil entre outubro e novembro. Estrategicamente, as vendas dos ingressos dos shows estão programadas para começar amanhã, 18 de junho, a partir das 12h.
O título da turnê A última ponta foi extraído do verso “Eu continuo queimando tudo até a última ponta”, da música Queimando tudo (Marcelo D2, Black Alien e Zé Gonzalez, 1997).
Atualmente um sexteto formado por Marcelo D2 (voz), BNegão (voz), Formigão (baixo), Nobru (guitarra), Pedro Garcia (bateria) e Daniel Ganjaman (guitarra e baixo), o grupo Planet Hemp incomodou a sociedade conservadora, não tanto pela potente fusão de rap, rock’n’roll, psicodelia, hardcore e ragga, mas pelas letras que defendiam abertamente o consumo e a legalização da maconha.
“O Planet Hemp surgiu menos de 10 anos após o fim da ditadura militar. Fomos vanguarda ao falar da legalização das drogas. Mais do que a questão medicinal, abordamos o prejuízo social que a ilegalidade traz. Puxamos conversas que foram necessárias para a sociedade, levantando assuntos que nem podiam se falar nos anos 1990”, reflete D2 em depoimento inserido no comunicado que anuncia o fim e a derradeira turnê da banda.
O incômodo causado pelo Planet Hemp foi profundo. Tanto que a banda – também incisiva na denúncia da violência cometida pelos policiais na repressão aos usuários – teve os integrantes presos em 1997.
Por todo esse histórico, é até curioso que o Planet Hemp chegue ao fim com turnê que prevê shows de grande porte em estádios e arenas, típica de nomes do mainstream. Não deixa de ser uma vitória para uma banda considerada subversiva.
Por mais que carregue o simbolismo de ser o último show do grupo, a turnê A última ponta deve ter a mesma vibe, potência e repertório do espetáculo anterior da banda, eternizado no álbum Baseado em fatos reais – 30 anos de fumaça (ao vivo), lançado em 2024.
Os cães ladraram, mas a caravana do Planet Hemp passou e, se parou por um tempo ao longo desses 30 e poucos anos, foi por decisão do grupo.
Ao acender A última ponta, a banda ilumina uma trajetória vitoriosa que se encerra dentro da cartilha do mercado musical, como mandam empresas como a 30e, companhia que orquestra a derradeira turnê de Marcelo D2, BNegão e Cia. Tanto que nem será surpresa se, nos próximos dias, forem anunciadas “datas extras” da turnê. Também faz parte do show...