Dólar cai e fecha em R$ 5,63, com falas de Lula e Haddad sobre IOF no foco; Ibovespa sobe
A moeda norte-americana recuou 0,70%, cotada a R$ 5,6352. Já a bolsa encerrou em alta de 0,56%, aos 137.546 pontos. Notas de dólar Reuters O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (3) em queda de 0,70%, cotado a R$ 5,6352. O Ibovespa encerro...
03/06/2025 | Economia


A moeda norte-americana recuou 0,70%, cotada a R$ 5,6352. Já a bolsa encerrou em alta de 0,56%, aos 137.546 pontos. Notas de dólar
Reuters
O dólar encerrou a sessão desta terça-feira (3) em queda de 0,70%, cotado a R$ 5,6352. O Ibovespa encerrou em lata de 0,56%, aos 137.546 pontos.
▶️ No Brasil, as atenções ficaram voltadas para os impasses em relação ao aumento do IOF. A equipe econômica do governo tem sofrido pressões do Congresso para derrubar a medida. Entre as possibilidades estudadas para compensar o eventual recuo, está um pacote de medidas no setor de petróleo e gás natural que pode gerar R$ 35 bilhões em arrecadação até 2026.
Mais cedo, em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente Lula afirmou que a equipe econômica não errou ao anunciar a alta do imposto. Durante a tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que só vai anunciar as novas medidas para compensar o aumento do IOF após discutir as propostas com as lideranças partidárias no Congresso Nacional, o que só deve acontecer no domingo.
▶️ No exterior, a política comercial dos Estados Unidos voltou a ficar no foco, após a Casa Branca indicar que o presidente Donald Trump vai assinar um decreto ainda nesta terça-feira para oficializar sua promessa de dobrar as tarifas sobre aço e alumínio.
▶️ Também ficou no radar a redução na projeção de crescimento econômico global, feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A revisão foi motivada pelas tensões comerciais e pela incerteza gerada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Após uma alta de 3,3% em 2024, a OCDE prevê uma desaceleração para 2,9% em 2025 e 2026, com impacto mais forte nos EUA, Canadá e México. (leia mais abaixo)
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -1,45%;
Acumulado do mês: -1,45%;
Acumulado do ano: -8,81%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,38%;
Acumulado do mês: +0,38%;
Acumulado do ano: +14,35%.
Desaceleração da economia global
A OCDE reduziu nesta terça-feira (3) sua previsão anual de crescimento econômico mundial para 2,9% em 2025 e em 2026, devido às tensões comerciais e à incerteza provocadas pela política tarifária de Donald Trump.
🔎 Analistas afirmam que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da economia.
No relatório anterior, divulgado em março, a organização formada por 38 países e com sede Paris projetava uma expansão de 3,1% para este ano e de 3% para 2026.
"Os riscos (...) aumentaram significativamente e a degradação das perspectivas econômicas será sentida em todo o mundo, quase sem exceção", destacou o economista-chefe da OCDE, Álvaro Pereira.
Os efeitos, no entanto, terão nuances: "A desaceleração se concentraria nos Estados Unidos, Canadá e México, enquanto a China e as demais economias deveriam passar por ajustes para baixo mais limitados", aponta a OCDE.
Nos EUA, a OCDE espera que a economia registre uma desaceleração "clara" de 2,8% em 2024 para 1,6% este ano - 0,6 ponto a menos que na previsão anterior - e para 1,5% em 2026.
Política comercial dos Estados Unidos
No último capítulo da guerra de tarifas, a Casa Branca afirmou nesta terça-feira (3) que o presidente norte-americano, Donald Trump, deve assinar ainda hoje um decreto para oficializar sua promessa de dobrar as tarifas sobre aço e alumínio.
A medida, que foi anunciada na sexta-feira pelo republicano, voltou a acender o alerta sobre possíveis impactos da política tarifária dos EUA na inflação do país e do mundo. Com isso, investidores também voltaram a atenção para os avanços nos acordos comerciais feitos com o país.
Na segunda-feira (2), Trump indicou que vai pressionar os países para que apresentem propostas "melhores" nas negociações comerciais com os EUA.
Na semana passada, a suspensão da maioria das taxas pela Justiça americana trouxe alívio aos investidores, mas o sentimento durou pouco.
Pouco tempo depois, a Corte de Apelações do Circuito Federal dos EUA aceitou o recurso de Trump e restabeleceu o tarifaço no dia seguinte à decisão, fazendo com que os mercados financeiros voltassem a atuar com cautela.
Nos EUA, Trump dobra tarifas sobre aço importado
Impasse do IOF
No Brasil, a crise do governo após o anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), há duas semanas, continuou a mexer com os mercados.
A elevação do IOF foi proposta há duas semanas, junto com um bloqueio de R$ 31,3 bilhões no orçamento deste ano. O objetivo era o de equilibrar as contas públicas e cumprir a meta fiscal.
No entanto, o mercado reagiu mal à decisão, o que levou o governo a recuar no mesmo dia de parte da medida. Além disso, o Congresso começou a se movimentar para aprovar uma derrubada do decreto presidencial sobre o aumento de imposto, algo inédito nos últimos 25 anos.
O governo, então, buscou os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e negociou um prazo de dez dias para apresentar uma proposta alternativa que substitua parte dos ganhos que seriam obtidos com o novo IOF.
Entre as medidas que estão sendo estudadas, está um pacote no setor de petróleo e gás natural que pode gerar R$ 35 bilhões em arrecadação até 2026. Haddad chegou a discutir um pacote de medidas para compensar o aumento do imposto com Lula e, nesta terça-feira (3), afirmou que deve apresentar as propostas para líderes do Congresso, o que só deve acontecer no próximo domingo (8).
Assim, a expectativa é que as medidas só sejam apresentadas ao público na próxima semana. Até lá, a alta do IOF continua.
Na segunda-feira (2), o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou sua posição crítica em relação ao aumento do IOF.
“Sempre tive a visão de que a gente não deveria usar o IOF nem para questões arrecadatórias nem para apoiar política monetária. Acho que é um imposto regulatório, como está bem definido”, afirmou Galípolo, durante evento com analistas do mercado financeiro.
Haddad deve apresentar a Lula nesta terça pacote para substituir alta do IOF: 'Dá uma estabilidade duradoura para as 'contas'