Dólar sobe e vai a R$ 5,43, em dia de feriado nos EUA; Ibovespa tem queda

Sob pressão de Trump, Índia e Rússia se reúnem em cúpula asiática de Xi Jinping O dólar fechou em alta de 0,32% nesta segunda-feira (1º), primeiro pregão de setembro, cotado a R$ 5,4390. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recu...

01/09/2025 | Economia

 

Sob pressão de Trump, Índia e Rússia se reúnem em cúpula asiática de Xi Jinping
O dólar fechou em alta de 0,32% nesta segunda-feira (1º), primeiro pregão de setembro, cotado a R$ 5,4390. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuou 0,10%, para 141.283 pontos, após atingir sua máxima histórica no último pregão.
Com o feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, os investidores voltaram o foco para o Brasil. Durante feriados nos EUA, as bolsas americanas ficam fechadas, reduzindo o número de investidores ativos e o volume de negociações no mundo todo.
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▶️ Por isso, o destaque foi o boletim Focus, que reduziu a projeção de inflação para 2025 pela 14ª semana consecutiva. Os analistas também revisaram para baixo as estimativas para 2026 e 2027, enquanto as projeções de Produto Interno Bruto (PIB) foram elevadas. (veja mais abaixo)
▶️ Ainda sobre o Brasil, a S&P Global divulgou o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira. Em agosto, o índice recuou para 47,7 pontos, ante 48,2 em julho, indicando uma queda na confiança dos empresários.
▶️ No exterior, os mercados monitoram a cúpula da OCS na cidade chinesa de Tianjin, que reúne os líderes da China, Rússia e Índia, integrantes do bloco regional de segurança.
🔎 O encontro amistoso entre as lideranças ocorre dias depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa de importação punitiva total de 50% sobre os produtos indianos, em parte em resposta à compra de petróleo russo por Nova Délhi.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar

a
Acumulado da semana: +0,32%;
Acumulado do mês: +0,32%;
Acumulado do ano: -11,99%.
📈Ibovespa


Acumulado da semana: -0,10%;
Acumulado do mês: -0,10%;
Acumulado do ano: +17,46%.
Projeções de inflação caem
Analistas do mercado financeiro reduziram pela 14ª semana seguida a projeção de inflação para 2025, segundo o boletim "Focus", divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central.
➡️ Para 2025, caiu de 4,86% para 4,85%, ainda acima do teto da meta, de 4,5%;
➡️ Para 2026, a expectativa recuou de 4,33% para 4,31%;
➡️ Para 2027, caiu de 3,97% para 3,94%;
➡️ Para 2028, permaneceu em 3,80%.
A expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi ajustada para cima: 2,19% em 2025 (ante 2,18%) e 1,87% em 2026 (ante 1,86%).
Os economistas mantiveram a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) em 2025, projetada em 15% ao ano, valor atual da taxa. Para o final de 2026, a Selic projetada segue em 12,50% ao ano, enquanto a previsão para 2027 permanece em 10,50% ao ano.
Em relação ao dólar, a estimativa de câmbio para o fim de 2025 caiu de R$ 5,59 para R$ 5,56. Para o final de 2026, a projeção recuou de R$ 5,64 para R$ 5,62.
O economista Gesner Oliveira, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e sócio-executivo da GO Associados, afirma que, com a inflação mais baixa, crescimento moderado e emprego estável, a economia entra no “ciclo político do período eleitoral” em situação ligeiramente mais favorável que antes.
“As condições econômicas parecem favoráveis. É uma economia que, de certa forma, ajuda as forças situacionistas no período eleitoral.”
PMI de agosto
O Índice de Gerentes de Compras (PMI) da indústria brasileira, calculado pela S&P Global, caiu para 47,7 em agosto, ante 48,2 em julho. Este é o menor nível desde junho de 2023 e o quarto mês consecutivo abaixo de 50, limite que indica retração da atividade.
A pesquisa mostrou que, em agosto, o volume de novas encomendas registrou a maior queda em mais de dois anos. Os entrevistados atribuíram o recuo ao impacto das tarifas dos EUA, à demanda enfraquecida e à menor confiança dos clientes.
"Vários participantes da pesquisa PMI indicaram que pedidos previamente acordados foram suspensos", disse em nota Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, sobre as tarifas.
No início de agosto, entraram em vigor tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre diversos produtos brasileiros, que representam cerca de 36% das exportações do país para o mercado norte-americano, incluindo carne, café, frutas e calçados.
Além disso, aproximadamente 20% das exportações brasileiras enfrentam tarifas globais impostas pelos EUA, com alíquotas entre 25% e 50%.
China, Rússia e Índia se reúnem
Os líderes da China, Rússia e Índia participaram nesta segunda-feira (1º) de uma cúpula da OCS.
Reunindo representantes de mais de 20 países, o presidente chinês, Xi Jinping, apresentou sua visão para uma nova ordem econômica e de segurança que prioriza o "Sul Global", em um desafio direto aos EUA e fez críticas veladas ao país e às políticas tarifárias do presidente Donald Trump.
Com a presença de representantes de mais de 20 países, o presidente chinês, Xi Jinping, expôs sua visão de uma nova ordem econômica e de segurança voltada para o “Sul Global”, desafiando diretamente os EUA e fazendo críticas veladas às políticas tarifárias de Donald Trump.
🔎 O termo “Sul Global” refere-se a países emergentes ou em desenvolvimento, historicamente fora do eixo de poder das grandes potências, como EUA e Europa. Entre os principais integrantes estão Brasil, Argentina, África do Sul, Índia, China, Irã e Arábia Saudita.
Durante a cúpula, o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, realizaram uma reunião bilateral e assinaram um acordo para ampliar o comércio entre Rússia e Índia.
Segundo especialistas, a proximidade entre Xi e Putin busca transmitir uma mensagem de aliança sólida, posicionando-os como líderes de uma ordem mundial alternativa que desafia os EUA.
Modi, por sua vez, quis demonstrar que a Índia mantém aliados importantes — como a China, apesar de disputas fronteiriças não resolvidas — caso o governo Trump continue aplicando tarifas que possam prejudicar as relações bilaterais, situação semelhante à enfrentada pelo Brasil.
Bolsas globais
Por causa do feriado do Dia do Trabalho nos EUA, celebrado na primeira segunda-feira de setembro, os mercados acionários norte-americanos permaneceram fechados nesta segunda-feira.
Na sexta-feira, o Dow Jones recuou 0,20%, fechando em 45.544,88 pontos. O S&P 500 caiu 0,64%, aos 6.460,27 pontos, e o Nasdaq Composite teve baixa de 1,15%, encerrando em 21.455,55 pontos.
As bolsas europeias, por outro lado, encerraram o pregão desta segunda-feira em alta, recuperando-se da queda acentuada nos preços das ações de tecnologia ocorrida na semana anterior.
O índice pan-europeu STOXX 600 avançou 1,8%, enquanto o DAX da Alemanha subiu 0,57%. No Reino Unido, o FTSE 100 registrou alta de 0,10%, na França o CAC 40 avançou 0,05%, e na Itália, o FTSE MIB valorizou 0,51%.
Nos mercados asiáticos, o desempenho foi misto, influenciado por resultados corporativos, expectativas sobre inovação tecnológica e cautela em relação ao cenário econômico global.
O índice Nikkei, em Tóquio, recuou 1,24%, fechando em 42.188 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng subiu 2,15%, encerrando em 25.617 pontos. Em Xangai, o SSEC avançou 0,46%, para 3.875 pontos, enquanto o CSI300, que reúne as principais empresas listadas em Xangai e Shenzhen, valorizou 0,60%, atingindo 4.523 pontos.
Em Seul, o Kospi caiu 1,35%, fechando em 3.142 pontos. Em Taiwan, o Taiex recuou 0,67%, para 24.071 pontos. O Straits Times de Cingapura avançou 0,25%, encerrando em 4.280 pontos. Em Sydney, o S&P/ASX 200 recuou 0,51%, terminando o pregão aos 8.927 pontos.
Cédulas de dólar
bearfotos/Freepik
*Com informações da agência de notícias Reuters